A Paraíba lidera o ranking nacional de inadimplência locatícia, segundo o Índice de Inadimplência Locatícia da Superlógica. De acordo com os dados mais recentes, 13,86% dos inquilinos deixaram de pagar o aluguel e as taxas condominiais nos últimos dois meses, colocando o estado em uma posição de destaque negativo no cenário brasileiro. O aumento da inadimplência acende um alerta para moradores, síndicos e empresas administradoras de condomínios.

As taxas condominiais são fundamentais para custear despesas de manutenção, conservação e segurança das áreas comuns, assegurando a qualidade de vida dos residentes. O não pagamento desses encargos gera sérias consequências que impactam não apenas os inadimplentes, mas também aqueles que mantêm suas obrigações em dia. O advogado Vladimir Miná, especialista em Direito Imobiliário e Condominial, explica que os efeitos para quem acumula dívidas vão desde a restrição de acesso a áreas de lazer – medida que deve ser aprovada em assembleia – até a perda da propriedade. “O imóvel pode ser levado a leilão para quitação da dívida com o condomínio. Caso haja saldo remanescente, o valor é devolvido ao antigo proprietário”, detalha o advogado.

Diante desse cenário, é essencial que condomínios conheçam seus direitos e obrigações. Conforme explica Vladimir, as administradoras e síndicos têm a prerrogativa de aplicar multas e juros sobre as cotas em atraso. No entanto, a cobrança deve ser feita de maneira ética e sem expor o devedor a situações constrangedoras. “O respeito e a formalidade no processo de cobrança são indispensáveis. Criar um ambiente vexatório pode gerar ações judiciais contra o próprio condomínio”, reforça o especialista.

Gestão ativa – O papel da gestão condominial é central no enfrentamento da inadimplência. Segundo Vladimir Miná, síndicos e administradores atentos devem agir de forma rápida e organizada, enviando notificações, e-mails, realizando contatos telefônicos e, se necessário, acionando a Justiça para recuperar os valores devidos. “A administração precisa ser diligente. A inadimplência não é apenas um problema de caixa, ela compromete a manutenção, a segurança e o bom funcionamento do condomínio”, afirma.

Desafios coletivos – A inadimplência condominial não é um problema isolado de alguns moradores – ela compromete o equilíbrio financeiro de todo o condomínio, afetando a manutenção, a segurança e a qualidade de vida coletiva. Por isso, síndicos e administradoras precisam adotar uma postura estratégica e preventiva para lidar com essa realidade.

De acordo com Vladimir Miná, algumas práticas são fundamentais para uma gestão mais eficiente, como manter uma gestão financeira transparente, fazer um planejamento orçamentário realista e manter uma comunicação ativa com os moradores. Para o advogado especialista é importante uma política de cobrança humanizada e campanhas de conscientização que expliquem os impactos da inadimplência para todos. “A atuação proativa e estratégica da administração é essencial. O enfrentamento da inadimplência começa muito antes de a dívida surgir: está na gestão transparente, na comunicação contínua e na construção de um condomínio mais participativo”, orienta Vladimir Miná.